Estudo sobre fósseis revela a existência de espirais na natureza

Uma investigação da Universidade de Edimburgo descobriu que a disposição das folhas nas plantas antigas contrasta com a das plantas modernas, o que põe em causa uma hipótese muito comum sobre a origem de uma estrutura matemática conhecida na natureza. Os resultados sugerem que a organização das folhas em espirais reconhecíveis, que são comuns na natureza atual, era invulgar nas primeiras plantas terrestres que habitavam a crosta terrestre.

As plantas antigas têm uma forma espiral alternativa, refutando uma teoria de longa data sobre o desenvolvimento evolutivo das espirais das folhas das plantas. Isto sugere que as espirais das folhas evoluíram ao longo de duas trajectórias evolutivas diferentes.

Investigadores da Universidade de Edimburgo utilizaram técnicas de reconstrução digital para criar os primeiros modelos 3D de rebentos folhosos do musgo Asteroxylon mackiei fossilizado, um dos primeiros grupos de plantas com folhas.

Trabalhando com o artista digital Matt Humpage, a equipa utilizou técnicas de renderização digital e de impressão 3D para criar um modelo 3D completo do Asteroxylon mackiei. Esta espécie de planta, que se extinguiu há mais de 400 milhões de anos, foi assim trazida “de volta à vida”.

Os resultados mostraram que as folhas e as estruturas reprodutivas em Asteroxylon mackiei foram organizadas principalmente em espirais não-Fibonacci, que são incomuns em plantas modernas. Isso revoluciona a compreensão dos cientistas sobre as espirais de Fibonacci em plantas terrestres.

Detalhes do trabalho foram publicados no artigo “Folhas e esporângios desenvolvidos em raras espirais não-Fibonacci em plantas folhosas iniciais” Os autores do artigo incluem Holly-Anne Turner, Matthew Humpage, Hans Kerp e Alexander J. Hetherington.